O memorial em homenagem às vítimas da tragédia da boate Kiss é aguardado há 10 anos. Em 2013, pouco tempo depois da madrugada do incêndio, o então prefeito Cezar Schirmer anunciou que o prédio da boate viraria um memorial. Hoje, mesmo que a fachada já tenha abrigado inúmeras manifestações e homenagens, a Kiss ainda é a mesma de 27 de janeiro de 2013: destroçada e cheia de lembranças dolorosas. O prédio foi desapropriado em 2017, durante a primeira gestão do prefeito Jorge Pozzobom, e um ano depois, com a realização de um concurso entre o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RS) e a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), foi escolhido o projeto do memorial em homenagem às vítimas do incêndio.
Em 2018, a construção foi orçada em R$ 2,5 milhões. Mas, com o passar dos anos, o valor aumentou e, agora, serão necessários R$ 4 milhões para que os destroços de uma tragédia sejam transformados em um local de preservação da memória e da luta por justiça. Por enquanto, ainda não há uma data para que isso aconteça.
Segundo Gabriel Rovadoschi, 28 anos, presidente da AVTSM e sobrevivente da tragédia, a expectativa era de que o projeto saísse do papel após a conclusão do processo. No entanto, com a anulação do julgamento, a ideia precisou ser repensada.
— Temos conversado desde o ano passado sobre a construção do memorial e queremos dar andamento ao projeto apesar da anulação. Primeiro porque acreditamos na reversão (da anulação). Além disso, a construção seria um ato forte de denúncia. Será o memorial da justiça ou da impunidade? É um lugar de memória para ser vivido, preservado, para que a gente possa viver nossa luta e para que Santa Maria não esqueça — ressalta Gabriel.
Ainda, na tarde desta terça (24), em reunião com o governador do Estado, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) e vice Rodrigo Decimo (União Brasil), apresentaram a Eduardo Leite (PSDB) o projeto do memorial.
— Levamos o projeto para o governador conhecer. Ele vai dar apoio integral ao projeto e vai ver como nos ajudar a buscar recursos — garantiu Pozzobom.
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